sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Lyon

Confesso que quando marcamos nossa viagem à Lyon, não esperávamos muito da cidade. Fomos mais para rever os amigos...

Vanessa e Caetano no “centro gastronômico”
 
Rebeca com “tio” Jorginho
 
... e eis que Lyon se revelou uma tremenda surpresa !

 
Centro de Lyon
  Lyon é uma cidade limpa, organizada e de uma arquitetura lindíssima. Nós conhecemos melhor Vieux Lyon e a nossa vizinhança (o 6º arrondissement, Les Broteaux), que tem um estilo bem parisiense, com aqueles edifícios de porte médio, de varandas sempre floridas (como a dos nossos anfitriões) e calçadas limpas e largas. Eu achei tantas as semelhanças com Paris, que não seria injusto dizer que Lyon é uma prima próxima da cidade luz. Até uma réplica da Torre Eiffel ela tem!!





Lavandas, gerânios e outras flores na nossa varanda...
  Vejam como, a exemplo de Paris, a cidade também é dividida em arrondissements:

Lyon e seus arrondissements. À direita, rio Rhône. À esquerda, rio Saône.
  O rio da direita, mais próximo da casa do Caetano e da Vanessa, é o Rhône. O da esquerda (e que se separa embaixo do primeiro) é o Saône. O centro da cidade fica entre os dois rios e a prefeitura (Hotel de Ville) fica em um prédio bem bonito, entre os dois rios, com uma praça obviamente à sua altura:


Hotel de ville e praça com cafés. Tomamos um häagen dazs com waffle nesta praça.
  Quando passear pelo centro, não deixe de dar uma passadinha no Opera de Lyon. É interessante saber que a parte superior é mais moderna e que nem sempre o teatro foi daquele jeito.


Opera hoje. Rebeca aproveitou a visita para tirar uma soneca.
  
Opera no passado. Viu que está faltando algo lá em cima?
 
O 4º arrondissement, La Croix Rousse (A Cruz Vermelha), está encravado na encosta de um grande morro às margens do rio Rhone. Esse bairro cresceu, de acordo com nosso eficiente guia e anfitrião, na época da corrida da seda, no início do século 19, o que faz com que a arquitetura dessa localidade seja predominantemente desta época.

 
La Croix Rousse
  Eu não sei a partir de que ponto a foto acima foi tirada, mas as melhores vistas que eu consegui encontrar do Croix Rousse foram de dentro do parque La Tete D’Or (que merece comentários em separado), do alto de uma elevação dentro de uma espécie de ilha.

 
O bairro La Croix Rousse visto de uma elevação em ilha do Parque La Tête D’Or.

Mesmo ângulo, com zoom...
  Um passeio que vale muito a pena é andar ou pedalar nas margens do rio Rhône, que lembra bastante as do Sena, em Paris. Uma das coisas bem legais a se reparar nesse passeio são os barcos, eternamente ancorados por ali e que pertencem a moradores. Eles têm até caixa de correio! Muitos tem um jardim que mais lembra uma floresta, com árvores e tudo. Achamos isso muito interessante. Além disso as pontes são lindíssimas e sempre proporcionam fotos bonitas. Se estiver com crianças, ande sempre com uns pães no carrinho, pois servirão para alimentar um dos muitos patos e marrecos que vivem tranqüilamente nas águas do rio.


O belo Rhône...

Franceses pegando um sol na promenade às margens do Rhône
  
Barco-casa, com jardim e tudo! Repare a caixa de correio, logo na entrada.
  No fantástico bairro Vieux Lyon, as surpresas são ainda mais instigantes. A “Lyon velha” leva esse nome por ser a parte mais antiga de Lyon (ou melhor, ainda tem algo mais antigo, como veremos adiante). São ruelas medievais lindas, cuja passagem é apenas para pedestres e carros de moradores. Como fica nas imediações de um dos pontos turísticos mais importantes de Lyon, a Notre Dame de Fourvière, também é bem servido de pequenos restaurantes e bistrôs, todos com aqueles menus “du jour”, para saciar a fome pagando um preço bem camarada. Vale lembrar que na França a regra é se comer bem. Então, você pode fazer como a gente, dar uma olhada na ocupação das mesas. Procure encontrar grupos de pessoas locais ou restaurantes cheios, esse é um bom indicativo para se arriscar pouco quando você não tem uma sugestão específica de onde comer. Nós comemos bem em todas as sentadas e acho pouco provável que o mesmo não aconteça com você. Imperioso ainda lembrar que Lyon é a capital da gastronomia na França. Isso eu também só fiquei sabendo alguns dias antes da viagem e posso garantir que minha boca salivou quando eu soube desse detalhe...

Bistrôs e brasseries com menu du jour são comuns em Vieux Lyon.
  Ainda sobre o bairro Vieux Lyon, não deixe de conhecer um dos traboules. Esses traboules são passagens secretas que levam de um ponto do bairro a outro. Eles foram originalmente construídos na época do comércio da seda, para facilitar os comerciantes que poderiam poupar grandes caminhadas. Mas a principal utilidade dos traboules, e que lhes deu uma aura nobre, foi o seu uso na resistência francesa contra os nazistas. Contando com o apoio da população os heróis da resistência entravam por uma porta e saíam em pontos totalmente desconhecidos dos nazistas, escapando assim da Gestapo. Quando andamos por um traboule, passamos por dentro de corredores que passam por muitas portas de moradores. Por isso, recomenda-se fazer o trajeto no mais absoluto silêncio para não perturbar os moradores que estão bem ali atrás daquelas portas e paredes cheias de história.






Traboules em Lyon. Na última foto, uma “place” dentro de um traboule.

Para quem está indo com crianças de 3 ou até 4 anos (menos acho que eu nem preciso falar), eu recomendo fortemente um carrão com três rodas grandes. Podem até ser meio “trambolhudos”, mas são uma mão na roda. A criança pode deitar se ficar cansada e você não vai ter que voltar de ambulância nem de cadeira de rodas porque carregou 18 ou 20 kilos, quando seu pequeno implorou por colo. Além disso, tente empurrar um carrinho de rodas minúsculas em uma dessas ruas de pedra ou paralelepípedo. É de lascar!

Fique atento à agenda da cidade, para ficar a par dos eventos quando você estiver por lá. Na primavera, por exemplo, são muito comuns na Europa festivais relacionados com a idade média. Alguns são concertos de música medieval, outros são feiras com comidas típicas, performances, etc. Nós passamos casualmente por uma feira dessas e assistimos a uma performance do pessoal com trajes da época. Também aproveitamos para comprar uma espadinha de madeira para Rebeca, que me perdoem os politicamente corretos, e só não comemos nada típico pois estávamos todos de barriga cheia (passamos pela feira depois do almoço).

Roupas típicas da idade média em festival realizado em uma das praças de Vieux Lyon.

Espada ou foguete? Rebeca não largava a sua lembrança da feira nem para ir ao banheiro.
 Lyon também se orgulha de ter um dos mais, senão o mais antigo teatro de marionetes da França. Se chama La Maison de Guignol e também fica, não poderia ser diferente, em Vieux Lyon. Esse teatro existe há uns duzentos anos e começou com um camarada, dentista (chamado Laurent Mourget) que teve a brilhante idéia de distrair seus pacientes com fantoches a fim de tornar menos dolorido o procedimento tosco de se arrancar dentes (já nascia com ele a idéia dos doutores da alegria, altamente em voga nos dias de hoje). O personagem da peça se chama Guignol e nós fomos assistir. A distribuição da platéia no teatro é toda bem pensada, com adultos nas pontas e crianças nas cadeiras do meio. Mas a verdade é que se o seu francês não estiver bem afiado (ou pelo menos minimamente afiado) será bem difícil entender. Como nossos intérpretes (Vanessa e Caetano) nos assopravam de vez em quando o que estava acontecendo, conseguimos acompanhar um pouco a peça, mas o que eles diziam (os fantoches) era praticamente impossível compreender. A Rebeca, apesar de não ter entendido, gostou muito.

Guignol em cena.
Guignol como cidadão honorário de Lyon.
 
Sem nossos intérpretes não teríamos entendido xongas do que aconteceu na peça...
  A Basílica Notre Dame de Fourvière é considerada a “piece de resistence” de Lyon. De fato, não há como deixar de visitá-la. Localizada no topo de um morro, o acesso se dá por funicular ou a pé, se você for louco ou atleta ou ambos. A vista que se tem é imbatível, da cidade praticamente inteira. O interior da igreja em si é bonito como de costume na Europa, o diferencial mesmo fica por conta da paisagem que se tem lá de cima. A sua localização e arquitetura a tornam onipresente para quem a vê da parte baixa da cidade. É praticamente impossível ignorá-la. É interessante vê-la iluminada, à noite. Nós só conseguimos essa proeza uma vez, já que não queríamos sacrificar a hora de dormir da Rebeca (e lá nessa época do ano só escurecia depois de 9 da noite). Mas se você não tiver crianças no seu grupo vale uma chegada até a margem do Rhône apenas com esse propósito.


Notre Dame de Fourvière. Lindíssima em dia de céu azul.


Notre Dame de Fourvière, no topo do morro, vista da margem do Rhône. Impossível ignorar.
Vista a partir de Notre Dame de Fourvière
 
Bem pertinho da Notre Dame de Fourvière, e quase que fazendo concorrência a ela, está uma réplica da Torre Eiffel. Ela é uma das 15 réplicas idênticas ao terceiro estágio da Torre em Paris. As outras estão espalhadas pela Europa. Ao menos isso é o que os lyonnaises dizem. Fato é que ela foi construída entre 1892 e 1894 e até 1963 ela tinha um elevador que levava pessoas ao observatório, lá no alto. Depois disso, fechou para o público e virou uma estação de rádio.

Notre Dame de Fourvière e a réplica da Tour Eiffel, ao seu lado.

Aproveite o mesmo dia para visitar as ruínas romanas do Musée Gallo-romain de Lyon. São muito próximas da basílica (um pouco abaixo) e pra descer todo santo ajuda. Embora não tenhamos entrado no museu etrusco, já que um bebê de três anos era parte integrante do grupo, as ruínas a céu aberto já valem o passeio e são muito bem preservadas.

Momento de relax aproveitando o contraste entre o velho e o muito mais velho ainda...
Anfiteatro de arena romano em Lyon
 Agora o Parc La Tête D’Or. Como eu disse antes, ele merece um capítulo à parte.

Se você tiver o privilégio de se hospedar perto desse parque, faça essa gentileza a si mesmo. Nós tivemos essa sorte e o que posso dizer é que, em uma semana em Lyon, acho que não passamos um dia sequer sem dar um pulo básico ao parque.

Eu sou suspeita pois adoro parques, mas justamente por isso posso falar com conhecimento de causa que esse parque está entre os mais belos que conheci. Os gramados bem cuidadíssimos, as árvores antigas e robustas, o lago, a limpeza, os rosedais, os parquinhos infantis, os animais dispostos em um conceito inovador de zôo, o jardim botânico, as estufas, só para citar o que me vêm à cabeça no momento, tornam o passeio absolutamente imperdível. Mesmo que você não esteja com crianças no grupo, faça uma caminhada ao ar livre absorvendo toda aquela beleza. Dedique pelo menos duas horas (mais que isso para fazer com calma) para percorrer o parque, ver como as girafas convivem com bisões, em meio a lindos ambientes criados para eles. Deixe-se inebriar pelo perfume das rosas nos dois magníficos rosedais (se for primavera, claro), faça um piquenique com queijos e vinhos em um dos gramados ou simplesmente alimente os veadinhos que vêm comer pão na sua mão. Depois me diga se o seu espírito não foi renovado.

Agora vou deixar que as imagens falem por si. Afinal, elas valem por mil palavras...

Lindos gramados. Um convite a um piquenique regado a vinhos, queijos e pães franceses...
Beleza nos mínimos detalhes.
Como não se inspirar aqui?
Não parece o cenário do bosque onde a Chapeuzinho Vermelho visita a avó, só que sem o lobo?
Laguinho com plantas aquáticas.
Rosedal principal.
Rosedal secundário (embora não menos belo que o principal).
Construção histórica no rosedal secundário.
França ou África?
A vida selvagem em perfeita harmonia...
O bucólico lago e seus muitos patos e gansos nadando em suas águas...
Rebeca alimentando os veadinhos, ajudada por tio Caetano. Reparem na língua de um deles para pegar o pão da mão dela.
 Outra dica preciosa é ir a uma das quatro brasseries do renomado Chef Paul Bocuse. Ele tem um restaurante caro e com três estrelas do Michelin. Se você não quiser pagar 200 euros por pessoa para comer nesse restaurante (cujo nome eu nem sei, já que apesar de adorar comer bem, pagar 200 euros por pessoa em um restaurante está fora de cogitação), esses restaurantes escolas vão te dar o gostinho de comer as receitas do famoso chef sem ter a sensação de ter largado as calças lá. Cada um tem o nome de um dos pontos cardeais e uma especialidade própria. Nós comemos no L’Est (aproveite para tirar fotos da estação de trem, bem histórica) e tudo o que ingerimos estava delicioso. O fondant (que é o nosso petit gateau) foi o melhor que já comi na vida. Eles tem formules que variam de 20 a 30 euros, com entrada, prato e sobremesa ou só entrada e prato. Achei que valeu muito a pena e saí com a sensação de excelente relação custo beneficio na barriga e no bolso. Nem preciso dizer que reservas são altamente recomendáveis ou você corre o risco de ficar na fila esperando por uma mesa. Você pode fazer sua reserva pelo telefone ou pelo próprio site do Paul Bocuse (http://www.nordsudbrasseries.com/).

Eu gosto muito de fazer programas que apenas os locais fazem. Por isso, no sábado de manhã fomos com nossos queridos anfitriões à feira. É um programa legal de se fazer na França pois você pode comer uma porção de coisas gostosas e bem fresquinhas, como queijos dos mais variados tipos e amoras que mais parecem saídas de filme.

A Rebeca está com essa carinha blasé, mas ela bem que adorou as amoras.
 Se há crianças no seu grupo, não deixe de levá-la ao carrossel que fica próximo da Printemps. Ele é lindo, grande (tem dois andares) e parece estar lá há mais de cem anos. A Rebeca andou em praticamente todos os “meios de transporte” disponíveis: porco, avião, camelo, avestruz, burrico, bonde, moto, carrinho e, claro, cavalo.


Carrossel próximo à loja Printemps.
Rebeca no filhote de avestruz...
E muito descontraída no aviãozinho.
 Em termos de compras não passamos tempo suficiente para explorar tudo o que a cidade oferece, mas vimos o suficiente para constatar que o Shopping Part-Dieu é muito completo. Nós fizemos uma compra que valeu muitíssimo a pena. Nossa máquina, uma Sony, era muito boa, mas pra gente enquadrar uma igreja ou um monumento grande nós tínhamos que praticamente ir para outro bairro. Depois que vimos a câmera do Caetano, que enquadrava um dinossauro a partir de uma distância de um metro, ficamos roídos de inveja. Ele então nos levou até a loja Saturn, onde compramos uma máquina fotográfica parecida com a dele, com menos recursos mas com “grande angular” (Panasonic Lumix), por 179 euros. Depois, quando voltamos para a Itália, encontramos o mesmo modelo por 279 euros e chegamos à conclusão de que fizemos um excelente negócio.

Eu aproveitei também para comprar um desses maçaricos para fazer a casquinha do creme brulée (25 euros), em uma dessas lojas que vendem artigos para cozinha (onde a gente quer comprar tudo). Ele vem sem o gás, obviamente. Pode ser que te ofereçam para comprar o refil de gás, mas NÃO COMPRE pois você não vai poder trazer o gás no avião. É proibido tanto despachar quanto levar a bordo. Eu deixei para adquirir meu refil aqui no Brasil, mas até hoje eu não tive a decência de ir comprar. Por conseguinte, calcule quantos cremes brulées eu fiz desde que voltei?

Agora eu pirei o cabeção mesmo foi na Decathlon. Essa loja, voltada para artigos de esporte, camping, esqui, é sensacional. Eu não resisti e comprei uma porção de coisas, super legais e baratinhas, dentre as quais um chapéu de abas largas (10 euros), um boné com proteção para pescoço de criança (6 euros), casados de fleece (8 euros), uma barraca de camping (30 euros). Quando cheguei à Itália, de volta, acabei comprando na Decathlon de Bologna um colchão inflável (50 euros) e uma bomba elétrica para enchê-lo (20 euros). Se eu pretendo acampar? Não sei, mas essa barraca a gente joga pro alto e ela se monta em 3 segundos. Nós a levamos para o clube e a criançada se sente acampando de verdade. Atualmente ela está na nossa sala, onde a Rebeca tem sua versão mais moderna e gigante de uma casinha de bonecas. Depois que voltei ao Brasil descobri que existe uma Decathlon em São Paulo, só não sei se os preços são tão camaradas...
Lyon tem muitas fontes, mas há uma especificamente que vale a pena visitar. Fica na Place de Terreaux e não faz nada feio perto das fontes italianas. Como há diversos cafés e brasseries por ali, a fonte é sempre disputada por aqueles que querem pegar um sol ou simplesmente admirá-la.

A bela fonte da Place de Terreaux em dia de sol. Vejam a cor da água, que Caribe...
De tempos em tempos, as narinas dos cavalos liberam vapor de água, dando um efeito ainda mais legal à fonte (não aparece nesta foto).
Detalhe do vapor de água saindo das narinas de um dos cavalos.
 Outros pontos de interesse são a Place de Bellecour, que aparentemente abriga uma roda gigante de tempos em tempos (nós não tivemos essa sorte).

Monumento principal na Place de Bellecour.
Place de Bellecour com a onipresente Notre Dame de Fourvière ao fundo.
 Um programa bem legal a se fazer em Lyon é alugar uma bicicleta em um dos mais de 300 pontos de bicicleta (sim, ponto de bicicleta, em geral perto de um ponto de ônibus). Você coloca o seu cartão de crédito na máquina, ela deposita um valor em caução e a partir daí você paga um euro por hora. Recomendo fortemente alguém que fale francês para acompanhar a operação. Um dia eu e Caetano chegamos atrasados para pegar o ônibus para ir ao shopping e decidimos ir de bicicleta. Chegamos mais rápido do que se tivéssemos esperado o próximo ônibus. As ciclovias são excelentes e os ciclistas são tratados como reis.

“Ponto” de bicicletas (velo em francês) em Lyon.
 Um lugar aonde não fomos, mas que eu certamente iria se voltasse a Lyon é a Ille Barbe, no 9º arrondissement. Como não fui não posso tecer nenhum comentário a respeito. Mas coloco a imagem que tirei da wikipedia para você decidir se vale a ida. Eu iria nem que fosse pra tirar uma foto desse ângulo!

Ille Barbe
 E por fim, não há como ir à Lyon e não provar as tuiles. São gigantescos biscoitos, na verdade a tuille se assemelha mais a um conglomerado de amêndoas torradas em diferentes versões. As minhas preferidas são a tuile aux chocolat noir e tuile aux chocolat au lait. Também existem em versões pequenas, para você montar uma caixa com tipos sortidos. A melhor tuile que comemos foi na loja Grande Patisserie Bellecour, próxima à Place Bellecour. Essas são impecáveis, crocantes e doces na medida certa. Serviram como uma cenoura que faz o cavalo puxar a carroça quando queríamos algum tipo de colaboração da Rebeca. O simples anúncio de que uma tuile a esperava era suficiente para promover mudanças drásticas no seu comportamento (para melhor, claro). Nós comemos tuile em outro lugar, mas as fantásticas mesmo são essas que eu recomendei.

Grande Patisserie Bellecour
Vitrine da Grande Patisserie Bellecour, com os diversos tipos de tuile na segunda e terceira prateleiras.
Tuile de frente...
e verso!
 Outro programa bem francês e que eu recomendo é a Creperie du Major (http://creperie.major.free.fr/ ), perto da Place de Terreaux. As crepes salgadas são todas com trigo sarraceno, o blé noir, o que dá às crepes aquela textura crocante que só os franceses conseguem dar (no Rio, em Copacabana, você pode experimentar essas galetes no Le Blè Noir, creperia comandada por dois franceses legítimos). Nós pedimos uma cidra para acompanhar, para tornar a experiência ainda mais bretã (esses crepes de sarraceno são típicos da região da Bretanha). Os que comemos estavam fantásticos. A única coisa a ficar atento é que o padrão dos crepes doces não é com sarraceno. Você pode pedir para trocar por sarraceno e custa só um euro a mais. Nós esquecemos e nos arrependemos, pois depois não havia espaço em nossas barrigas pra mais. Não que o crepe normal não tenha sido bom, estava uma delícia, mas com o blé noir seria ainda melhor.

As baguetes mais gostosas que comemos em nossa passagem por Lyon foram as da boulangerie Paul (http://www.paul.fr/fr/magasins-adresses.php?region=tous), que existe desde 1889 e tem até uma filial no shopping Part-Dieu. Eram crocantes e com substância. Os macarrons da Paul também eram divinos e você pode montar uma caixinha com diferentes sabores. Os meus preferidos foram o de pistache e o de chocolate.

Por fim, quanto ao tempo de permanência, nós passamos uma semana e achei que foi bem tranqüilo. Deu para ver e conhecer bastante coisa. E nós estávamos com a Rebeca, conseqüentemente tínhamos que respeitar seus horários e nunca ficávamos até tarde na rua, pois criança merece descansar e dormir cedo. Eu recomendaria, para adultos viajando em ritmo mais acelerado, pelo menos uns três ou quatro dias na cidade, mas claro que se a pessoa dispuser de um pouco mais de tempo melhor pra ela.

 Mais informações sobre Lyon, hospedagens, visitas guiadas, clima, etc, você pode encontrar nos sites abaixo, em inglês:

http://en.wikipedia.org/wiki/Lyon

http://www.en.lyon-france.com/

http://www.lyon.fr/vdl/sections/en/tourisme

Em francês:

http://www.lyon-france.com/ (versão original do segundo site em inglês)

E para quem não abre mão do português, há também os seguintes sites:

http://www.tripadvisor.com.br/Tourism-g187265-Lyon_Rhone_Alpes-Vacations.html

http://br.franceguide.com/viagem-tematica/turismo-na-cidade/descubra-as-cidades/lyon/home.html?nodeID=233

http://turismo.ig.com.br/destinos_internacionais/2009/04/15/o+essencial+de+lyon+++viagem+a+franca+5549962.html

Essas são minhas dicas. Boa viagem, para todos nós! Como bem escreveu Frances Mayes, parafraseando um sábio chinês, colocar uma experiência em palavras é vivê-la duas vezes. Então, acho que acabei de voltar à Lyon...

4 comentários:

  1. Show de bola Cecília&Nelson...nota 10! Parabéns!
    abraços, manrique.

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  2. Parabéns pelo Blog e pelas dicas. Abraços. Onassis.

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  3. Nelson e Cecília

    Gostei muito!!! Estou incluindo no itinerário. Só que não levaremos criança na viagem.
    Belo passeio e parabéns pela apresentação do trabalho. Acho que vocês se dariam bem trabalhando com turismo. Uma boa opção para a aposentadoria. Que tal?!?!?!
    Abraço.
    Meneguzzo

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  4. Ótima postagem! Sobretudo a respeito da quantidade de imagens e da qualidade das mesmas, em especial aquela imagem antiga da Ópera de Lyon, quando não havia a intervenção arquitetônica feita por Jean Nouvel. Foi muito instrutivo. Parabéns!

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